ÊXODO
Deixo para trás as digitais da infância. Os dedos pretos & o frescor das amoras. Deixo a consagração do ontem. Aquieto-me miúdo sobre o sol de Pasárgada. Resta ainda alguma cor: O menino sonha. O tempo afaga. A vida teima dar espaço. Quem sou eu para maculá-la? * LOGOS Feixes de luz espreitando-se sob o verbo, recolhidos, reverberam no caleidoscópio da infância. Na cama, meus pais e eu, êxtase caloroso dos braços. Em combustão, um a um, todos os medos. Não havia fantasmas. Não havia clarões de discos-voadores. Nenhuma memória amarelada implorando retoques sutis. Apenas a brandura de existir sem qualquer propósito. * PREVIAM O primeiro e o último homem estão interligados cavocando a luz primeva da poesia. A sensibilidade aflora-se na espera: por isso a passagem. O mais bonito da existência tem sempre tom de despedida.
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