1.
Talvez a tua vida seja um exercício evocativo um estado de paz e conhecimento à procura de uma luz superior ao espírito. Todos os dias a tua cabeça afunda-se para tocar a vida mais pura e o que escreves é um sopro irrespirável – súbito pensamento em suspensão que o silêncio acolhe na sua clareira obscura. Pensamentos que não perdoam nenhuma palavra que não seja lúcida e clarão humano e edificando a obra digna se apoderam dos enigmas do mundo. 2. Sabes que o espírito enlouquece na tua intimidade e revela instrumentos de poderosas dúvidas. Sabes que os teus pensamentos se transfiguram em cada palavra e afastas as sombras que florescem na tua mente expansiva. A insuportável pedra pousada sobre a tua serenidade vingativa e invasora símbolo e semente tenebrosa da criação. Às vezes escreves e inundas-te todo de lume iluminando as tuas histórias antigas os caminhos que te procuram as inspirações impuras. A imprevista loucura entre uma iluminação e a matéria alucinada. Agora qualquer silêncio imaturo é cheio de solidão. Pequenas infâncias que fendem a tua vida. 3. É este o deslumbramento: um espelho faminto na tua inocência uma imagem áspera e vertiginosa que ascende às névoas na tua cabeça. E a tua casa é um teatro de invenções e sobressaltos fecundos. Pensamentos que te prendem cegamente numa conspiração vertiginosa. Alimentas uma vastidão de sentidos magníficos perpetuamente transfigurados em histórias vivas e imortais como uma luz irremovível na tua fantasia. Como uma escada que subisses universal e infinita.
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Histórico
Janeiro 2021
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