Quem se interessa pelo indigente
quem procura saber seu nome a ele cabe a cova rasa o tecido roxo para cobrir seu corpo não lhe cabem mausoléus nem a linha divisória entre nascimento e morte às vezes, o que mais quero é ser indigente. * Às vezes me vingo, sabe, mas guardo segredo, escondo tudo ali em um dos cantos de minha boca, ali, bem ali, naquele canto que ri. * As luzes do jardim já se apagaram e eu ainda aqui sem saber que horas são. Na solidão da escrita por vezes nem coração palpita. * Quando amo não amo ligeiro sigo meu amado feito sombra converso com o vento e ele barulha revolta as persianas que já não estão por si estão por nós E meu batom batiza sua camisa. * Há muitos desastres desenhados sobre a cama Dois corpos nem sempre se traduzem em leves movimentos Algumas tatuagens registram o peso de certa mão Nós no lençol e não é o som do acordeão que te acorda A fronha afronta e salva sua dignidade.
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Histórico
Março 2021
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