Tão bela! Que bela, que bela é a toada que ouço agora na vez em que vou morrer. A multidão ferve e é hora: bramas se me dobro já sobre o escuro, teu corpo de boi fogo e meu colosso. Sobre o escuro teu dorso de boi, breu fulvo, teu contorno, curvo-me cativa e cumpro-me pesada e côncava sobre o pó. São fardo teu trono, meus seios, enquanto bramimos; afinal sou bicho e tanto como tu na vez em que vou morrer. Ergo-me ampla e abro-me à fome, meu altar e tua arte na vez em que vou morrer: a multidão ferve e é hora. Estendo-me larga e fendo-me doida, densa açucena pousada, planície inteira como se exposto meu lombo, como se a escutasse tão bela! que bela que bela na vez em que vou morrer: a multidão ferve e é hora. Ilustração por Luís Duque Salazar
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Fevereiro 2021
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